Protocolo de proteção para as Celebrações Comunitárias, no contexto da pandemia da COVID – 19
NOTA DA ARQUIDIOCESE DE CAMPINAS
Protocolo de proteção para as Celebrações Comunitárias, no contexto da pandemia da COVID – 19, quando houver a retomada da participação dos fiéis. Campinas, 06 de junho de 2020
A vida é graça/dom e compromisso/tarefa.
INTRODUÇÃO. Várias iniciativas, nestes últimos meses, fizeram-nos redescobrir e valorizar formas familiares e pessoais de oração e de liturgia doméstica. Estas fizeram reluzir em nossos lares a beleza da espiritualidade vivida e celebrada em família, com vários e variados momentos de oração. Sabemos, contudo, que será necessário ainda algum tempo até que alcancemos o integral restabelecimento da vida eclesial de nossas comunidades e que nada pode e nem deve substituir a vida sacramental e litúrgica delas, fonte e ápice de toda a vida da Igreja. Será necessário garantir atitudes e posturas contra a infecção. Por isso, a Arquidiocese de Campinas propõe algumas medidas de proteção que visam o cuidado, a defesa e a preservação da vida. Tais normas de proteção deverão ser implementadas em cada Paróquia e em todos os lugares em que se celebra a Eucaristia.
- Dia 21 de maio, pp. em reunião do Conselho presbiteral, nomeei a “Comissão ad hoc da abertura da Quarentena”, com a tarefa de preparar um Protocolo de proteção para as Celebrações Comunitárias, no contexto da pandemia da COVID – 19, quando houver a retomada da participação dos fiéis. Servindo-me do trabalho realizado pela Comissão e seguindo as atuais indicações das autoridades sanitárias, orientamos que: a) Mantenham-se abertas as Igrejas (templos) para a oração pessoal; as celebrações públicas podem acontecer num período máximo de 4 horas; b) A celebração pública da Santa Missa poderá ser retomada, a partir do dia 20 de junho de 2020); c) Observem-se as normas estaduais e as orientações de cada município da Arquidiocese, em relação ao percentual de fiéis nas celebrações.
- A) ORIENTAÇÕES GERAIS
- LOCAIS: Os Párocos cuidem para que, nas Paróquias, haja, por ora, somente a Celebração da Eucaristia, evitando a Celebração da Palavra e a distribuição da Comunhão fora da Missa, a não ser para doentes, com os devidos cuidados. O Pároco, sendo o primeiro responsável diante das autoridades civis das medidas protetivas, deve sempre estar presente para acompanhar, com empenho, os procedimentos de proteção, a serem tomados em cada Missa.
- Quem tiver condições de organizar a Missa em lugares abertos pode fazê-lo, observando as medidas de proteção.
- HORÁRIOS DAS CELEBRAÇÕES: O Pároco, ouvido o Conselho Pastoral e a Equipe de Liturgia Paroquial, defina os horários possíveis das Missas, nesse tempo da Pandemia, considerando o tempo necessário para higienização do local da Celebração. É tempo de exceção, portanto, sendo necessário, alguns horários precisam ser alterados para possibilitar uma nova resposta diante desse desafio. Evitar Missas longas.
- Na impossibilidade, por razões de saúde, idade ou grupo de risco, de se cumprir presencialmente o preceito dominical, convida-se preferencialmente à Leitura orante da Palavra de Deus e à Celebração da Palavra em casa, utilizando-se dos roteiros colocados à disposição para tal fim, como, por exemplo, o da “Celebração em Família”, da CNBB. Pode-se ainda acompanhar as celebrações pelas transmissões midiáticas das iniciativas paroquiais ou mesmo dos canais de TV católicos.
- Cartazes sejam afixados em lugares visíveis, orientando quanto às regras de higiene e de distanciamento. Haja empenho para motivar, orientar e divulgar o conteúdo desse Protocolo de proteção, utilizando as redes sociais e as Celebrações.
- B) ANTES DA MISSA
- As comunidades devem organizar EQUIPES DE CELEBRAÇÃO, que auxiliem os fiéis no cumprimento das normas de proteção:
Equipe para celebração da Santa Missa:
– Diácono: Quando houver Diácono – ajude a servir, cuidar e zelar pela proteção e segurança dos fiéis. No presbitério, respeite a distância com o Celebrante.
– Um leitor para proferir todas as leituras, salmo e preces. As vestes litúrgicas não serão necessárias. O Leitor só deve permanecer sem a máscara durante a leitura.
– Um ou dois acolhedores em cada porta, para orientar os fiéis;
– Um cantor e/ou um instrumentista. Recomenda-se rezar as partes fixas da Missa (perdão, glória, salmo, santo, cordeiro), evitando, nesse primeiro momento, as equipes de canto.
– Dispensar a participação de acólitos e coroinhas, tendo o mínimo de ministros extraordinários da comunhão, para a distribuição da Eucaristia aos fiéis.
– Equipe para serviço de higienização da Igreja. O Padre oriente o modo correto da limpeza e desinfecção.
– Dois agentes do Dízimo, usando luvas descartáveis e respeitando as demais exigências de higiene e distanciamento.
- Seja o padre quem prepara o necessário para a Missa.
Obs. 1. Crianças, idosos ou grupo de risco não devem fazer parte da Equipe para a celebração. Obs. 2. Todos os membros da Equipe para a Celebração e serviços devem utilizar máscara e sempre observar as orientações desse Protocolo. Obs. 3. Tomar cuidado ao manusear álcool em gel, ao acender velas.
- Sobre o Altar, o corporal esteja aberto desde o início da celebração, para que o presidente, e somente ele, beije o altar, no início e no final da celebração.
- Consagrar hóstias em número suficiente somente para os fiéis que estiverem presentes na celebração. Deixar o mínimo como reserva no Sacrário e renovar periodicamente. Recolher o Santíssimo das Capelas das Comunidades da Paróquia.
- C) CHEGADA PARA A CELEBRAÇÃO
- O acesso dos fiéis às Missas, no templo, será limitado, conforme as determinações de cada município, como já dito acima. Cada paróquia decida os melhores critérios para o controle do número de pessoas, de acordo com a capacidade (agendamento prévio, por telefone, redes sociais, etc.).
- O controle de fluxo de entrada na Igreja seja feito pela Equipe de Acolhida, garantindo-se, aqui também, o distanciamento recomendado e verificando a temperatura de cada pessoa, o uso de máscara, e orientando em como ocupar os lugares demarcados. Com temperatura acima do normal (37,5º) o fiel será orientado a voltar para casa e buscar a ajuda necessária.
- Nos horários previstos para as celebrações, bem como nos horários para a oração pessoal, as portas de entrada da igreja, claramente identificáveis, deverão estar abertas, para evitar que qualquer fiel tenha de tocar em puxadores ou maçanetas.
- Sempre que possível, as portas de entrada sejam distintas das de saída e que haja indicadores de percursos de sentido único, de modo a evitar que as pessoas se cruzem.
- Os fiéis devem higienizar as mãos, na entrada da igreja, com álcool em gel 70%. A Equipe de Acolhida porá à disposição frascos dispensadores de álcool e verificará que todos, sem exceção, desinfetem as mãos. Também os sapatos (sola) devem ser higienizados com água sanitária na porta da Igreja.
- É obrigatório o uso de máscara, a qual só deverá ser retirada no momento da Comunhão eucarística.
- Deve-se respeitar a distância mínima de segurança de 2 metros entre os participantes e garantir, com medidas adequadas, que as distâncias necessárias sejam respeitadas (por ex.: fechando-se o acesso a alguns bancos ou alternando as filas, afastando cadeiras; marcando os lugares com cores ou outros sinais). A regra do distanciamento não se aplica a pessoas da mesma família ou que vivam na mesma casa.
- Os recipientes de água benta, junto às entradas da igreja, devem estar vazios e cobertos. O mesmo vale para o local onde se acendem velas votivas. Não se realizem ritos com velas.
- Orientar os fiéis para que não toquem em imagens de devoção e, se necessário for, providenciar um isolamento.
- D) DURANTE A MISSA
- Na mesa do altar, somente o padre deve tocar e manusear os objetos litúrgicos. Para tanto, providencie-se credência discreta ao lado do altar, bem como um dispenser para colocar a máscara quando esta não estiver em uso.
- Os fiéis ocupem os lugares previstos, mantendo as distâncias estabelecidas, sob a supervisão das pessoas a quem a comunidade cristã confiar esta tarefa.
- Os fiéis que sentirem algum mal-estar durante a celebração devem sair, imediatamente, acompanhados pela Equipe de Acolhida.
- Não serão colocados à disposição folhas de cânticos, nem folhetos ou qualquer outro objeto ou papel, nem bebedouros.
- O uso de sanitários será restrito a situações de extrema necessidade.
- Omitem-se as procissões de Entrada, da Palavra, das Oferendas e da Comunhão.
- Não utilizar ventiladores ou Ar Condicionado. Manter o ambiente aberto e arejado.
LITURGIA DA PALAVRA
- O leitor desinfetará as mãos antes e depois de tocar no ambão e/ou nos livros. Na proclamação do Evangelho, o padre ou o diácono substituirá o beijo por inclinação profunda, omitindo o sinal da cruz sobre a página do texto sagrado.
- O padre só retira a máscara (pegando-a pelo elástico) quando vai proclamar o Evangelho e fazer a homilia; esta seja feita, preferencialmente, do ambão, para facilitar a leitura labial das pessoas, que têm dificuldade auditiva
- Providenciar uma forma adequada para colocar a máscara, enquanto proclama o Evangelho. 30. A higienização de microfones deve ser realizada antes e ao término da celebração ou sempre que houver compartilhamento, durante a celebração.
APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS
- A coleta da missa em dinheiro dos fiéis seja recolhida e acompanhada pela Equipe, no final da celebração, utilizando recipientes abertos (cestas, caixas, …), colocados na saída da igreja ou em outro local adequado. Logo após a celebração, as pessoas que forem manipular a oferta o faça com luva e máscara.
- O sacerdote desinfeta as mãos antes da apresentação dos dons. Apenas o sacerdote manuseia as oferendas e os vasos sagrados.
- Somente o padre deve consumir a hóstia da patena e o vinho. As âmbulas, contendo as partículas para a comunhão dos fiéis, estejam tampadas. Importante manter distanciamento de segurança entre o presidente e as ofertas sobre o altar.
- O Pai Nosso seja rezado sem dar as mãos e o abraço da Paz seja omitido.
COMUNHÃO
- Após comungar, o padre deve colocar máscara, higienizar as mãos com álcool, destampar a âmbula e distribuir a Comunhão. Se necessário, o diácono ou ministro podem auxiliar, observando as recomendações.
- O diálogo individual da Comunhão («Corpo de Cristo». – «Amém.») será realizado uma única vez por quem preside e de forma coletiva, depois da resposta «Senhor, eu não sou digno…», distribuindo-se, portanto, a Eucaristia em silêncio.
- Na comunhão, os fiéis permanecem nos seus lugares e o ministro levará a comunhão até eles. Os que desejam comungar observem as seguintes posturas:
– Ficar em pé; – Retirar a máscara pelo elástico; – Receber a comunhão com a mão na forma de pinça; – Em seguida, recolocar a máscara e sentar.
- Acolhedores podem fornecer álcool em gel aos fiéis, antes da Comunhão.
- No caso de o sacerdote, presidente da celebração, ser mais idoso ou pertencer a algum grupo de risco, deve ser substituído, na distribuição da Comunhão, pelo diácono ou ministro extraordinário.
- E) DEPOIS DA MISSA
- Os fiéis devem ser orientados a deixar a igreja, segundo uma ordem fixada em cada comunidade cristã, no respeito pelas regras de distanciamento, e a não se aglomerarem diante da igreja. As primeiras pessoas a sair devem ser as que estão mais próximas da porta de saída, evitando, desta forma, que as pessoas se cruzem.
- Após a Missa, proceda-se ao arejamento da igreja, e os pontos de contato (vasos sagrados, livros litúrgicos, objetos, bancos, puxadores e maçanetas das portas, interruptores e instalações sanitárias) devem ser cuidadosamente desinfetados.
- O Plantão do Dízimo deve observar, com bastante cuidado, o distanciamento e a higienização das mãos e dos objetos de uso (maquininha, carnê, …), dispondo os recursos necessários.
- F) VISITAS À IGREJA PARA ORAÇÃO OU ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO
- As igrejas estejam abertas durante o dia para visitas individuais de oração ou adoração ao Santíssimo Sacramento. Que os requisitos e exigências determinados pelas autoridades de saúde sejam observados.
- As visitas turísticas devem ser condicionadas, segundo as orientações das autoridades competentes.
- G) PEREGRINAÇÕES E ROMARIAS
- Continuam suspensas, até novas orientações: peregrinações, romarias, procissões, adoração do Santíssimo em grupos, festas, concentrações religiosas, acampamentos e outras atividades similares em grandes grupos, passíveis de forte propagação da epidemia.
- Por enquanto, atenhamo-nos às Celebrações da Eucaristia presenciais. Posteriormente serão dadas novas orientações para o Batismo, Crisma, Matrimônio, Celebração da Penitência, Catequese, Unção dos Enfermos, Atividades Pastorais, Festas e Promoções.
- H) DETERMINAÇÕES FINAIS
- As orientações deste Protocolo poderão ser revistas, de acordo com a situação de recuo ou avanço da Pandemia, e/ou determinações das autoridades estadual e/ou municipais. Havendo novas orientações, haverá nova Nota.
- Havendo dúvidas, buscar ajuda com seu Vigário Forâneo, com o Vigário Geral ou comigo. Que toda a Arquidiocese esteja alinhada.
- Confio na responsabilidade dos Párocos e responsáveis dos locais autorizados para as Celebrações da Santa Missa.
- Que os presbíteros não celebrem a Santa Missa, com presença de fiéis, em locais que não obtiveram licença e bênção, da autoridade competente, para estas celebrações.
- No Site de nossa Arquidiocese, o senhor encontra orientações do nosso Departamento Jurídico. Ali, há, inclusive, indicação de contato, para eventuais necessidades de ajuda.
Agradeço o trabalho da “Comissão ad hoc” e aos Vigários Forâneos, pelas contribuições. Continuemos a rezar uns pelos outros. Cumpram-se estas normas. Dom João Inácio Müller, Arcebispo Metropolitano de Campinas